2006-09-11

O meu Deus não é o teu Deus

Numa data de triste memória, muitos falam sobre Deus. Cada um à sua maneira o invoca ou o renega, de acordo com a sua imagem. A sua imagem que não é a Dele.
Deus é grande, mas não é do tamanho que imaginamos ser. Seria estranho que um ser tão supremo fosse tão facilmente inteligível por seres tão mesquinhos como os da nossa espécie.
Muitos falam em nome Dele. Uns a favor, outros contra. Mas Deus não é futebol, nem política.
Uns usam esta triste data, e outras, para louvarem o seu Senhor. Outros usam-na para demonstrarem a Sua inexistência. Será que Ele se sujeita a tais louvores ou demonstrações?
Somos tão livres que podemos ter opiniões tão divergentes. Tão livres que cometemos atrocidades em seu nome, como se fossemos o Seu braço. Tão livres que vemos na nossa liberdade a prova da Sua inexistência. Desejamos um Deus que nos apoie, principalmente quando nos sentimos comovidos por situações que nos transcendem. Desejamos um Deus que seja mais que um pai. Que seja o mestre das marionetas. Mas Deus não é um papel higiénico que limpa a borrada que nós fazemos. Não se encaixa na nossa visão do mundo, quer tenhamos ou não guardado lugar para Ele.
E muito menos dará a importância que qualquer um de nós imagina que Ele dê a um texto como este. Acho que Ele não está para aturar merdas destas...

4 comentários:

Anónimo disse...

bravo, bem dito.
f

Pêndulo disse...

não está mesmo para aturar isto...

Pedro Duarte disse...

Quanto a mim, acho q o Deus que muitos se referem é uma criação humana, para justificar a sua existência. Para ter sempre um plano B como sua segurança, qnd tudo o resto falha. Num caso extremo, o alvo de pedinchisses interesseiras.

O Deus que acredito existir não é uma entidade. É o todo. Por isso, dou razão a que diz q Deus está em todo o lado e somos todos nós.

É apenas a minha visão.

SOD, o Pérfido disse...

Não acredito no vosso Deus nem nas vossas visões. O meu Deus é só meu...