2011-12-04

(Im)perfeição


À primeira vista poderá parecer ridículo, mas não acontecerá assim com tão pouca frequência como se poderá pensar. Muitas vezes ficamos presos à imagem de um objecto. Pelos olhos, ficamos presos, imaginando-a como perfeita. Como perfeita imagem do objecto. Chegamos mesmo a confundir a imagem com o próprio objecto. Envoltos nesta ilusão, nem imaginamos o quanto o objecto pode diferir daquela imagem. Afinal a imagem representa apenas uma face do objecto e não a sua totalidade. Para isso temos que estar na sua presença. Curiosamente, ainda que na sua presença, o objecto ilude-nos apresentando várias facetas. Escapando à captura da sua totalidade, a qual por sua vez também escapa ao próprio objecto.
Mais dramática que a incapacidade da captura do objecto na sua totalidade, será quando na presença de ambos, preferirmos a imagem. Ficarmos reféns daquela imagem de perfeição que captámos, a qual não conseguimos actualizar em conformidade com a totalidade do objecto. Como pode um objecto, naturalmente imperfeito, suportar tamanha comparação com qualquer imagem de perfeição que se possa ter dele?

2 comentários:

Pêndulo disse...

...com as pessoas acontece o mesmo: a imagem que nos prende e com que recordamos essa pessoa, por vezes é tão diferente da realidade...

SOD, o Pérfido disse...

Não achas que uma pessoa possa ser o objecto de uma imagem?