2015-05-24

O conforto (dos) ordinário(s)

Uma coisa que habitualmente conforta o mais ordinário dos mortais, é o facto de poder distinguir claramente os bons dos maus. Isto facilita o exercício mental de etiquetar o outro. E favorece a separação entre bons (ele próprio e os respectivos) e os maus (todos os outros). Assim, quando observa comportamentos que reprova, gosta de identificar e associar aos outros, características que possibilitem a generalização. A generalização é uma forma de facilitar o pensamento, diminuindo o grau de abstracção.
Outro facto que costuma confortar estes sujeitos é, havendo uma ausência de regras morais, seguir uma regra mais simples: só prevaricar quando julgar escapar impune.
Apesar da dificuldade que a realidade possa causar ao não permitir maniqueísmos, talvez a identificação com as pessoas e com a situação venha em auxílio destes ordinários, reconfortando-os. Se ele estivesse lá, teria feito a mesma coisa.

Vídeo do Correio da Manhã

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