2007-09-03

Erro infantil

Normalmente são erros que acabam por se pagar caro. Nem sempre quem os paga é quem os comete e a linha temporal poderá ser extremamente comprida.
A educação deve ser dada em casa e não apenas na rua, nem apenas na escola.
A educação deve ser dada pela família e não apenas pelos colegas, nem pelos professores.
As crianças compreendem como podem lucrar com as infantilidades dos pais. Aparentemente lucram. Realmente, nem por isso.
Cada vez que os pais desautorizam outras autoridades, desautorizam-se a si mesmos. E nem se apercebem.
Cada vez que fazem uma ameaça ou promessa vã, caem em descrédito. Não crêem que tenha imediato efeito. Julgam encontrar uma fuga de uma situação da qual não podem escapar. E quanto mais fogem, menos lhe escapam.
O exemplo e a coerência são das melhores ferramentas, nem sempre aproveitadas por uma sociedade que prefere facilidades ao trabalhar sobre as dificuldades.
Até no tratamento dos familiares mais idosos, preparam-se os alicerces para o tratamento dos próximos familiares idosos.
Confunde-se o prazer com o bem-estar. Confunde-se o essencial com o acessório. Confunde-se a caducidade com a perenidade.
Tomando as crianças por tolas, tornamo-las tolas...
E esse é o erro infantil maior.

4 comentários:

Anónimo disse...

Quando há indivíduos pouco confiantes em si mesmos, com maus hábitos desde cedo, pulso fraco, etc., etc., sendo os mesmos, pais de outrem, correm as crianças, filhos desse alguém, o risco de crescer semelhantes, mas com cada vez menos preparação para a realidade dura, que às vezes lembra o "antes"... Em que se trabalha muito para se viver feliz numa vida estável.
A deficiente instrução (alimentada pelos progenitores), a falta de responsabilidade (incitada pelos exemplos... ou falta deles), a carência de respeito (normalizada pelo desprezo dado pelos encarregados de educação aos educandos), a observação não real nem fiel dos factos importantes (fortalecida pelo esquecimento do particular pormenor de que a "criança", amanhã é um individuo...) e outras coisas, são consequências e factores cada vez menos toleráveis nas sociedades, para que a vida de todos melhore e assim por diante, e o resto, etc. ...

Infelizmente todo o mal continua... como o "etc."... porque à sempre "o resto" e "o assim por diante", nos erros básicos e aparentemente inofensivos, de pais para filhos, ao longo da história do homem e do mundo.

Anónimo disse...

Pela certeza das suas palavras, o Sr. Pérfido é, com certeza, um bom pai. Um bom exemplo.
Ou será uma óptima teoria?
Seja como for, o(s) seu(s) filho(s) e mulher, serão com certeza uns felizardos, com orgulho.
Parabéns pelo bom texto crítico.

SOD, o Pérfido disse...

Essa conclusão é tão boa como julgar que eu seria um bom engenheiro civil por comentar a construção desta ou daquela casa. Que eu seria um bom escritor por criticar este ou aquele texto.

Antes de alguém ser pai, é filho. E se isso não bastar para saber avaliar outros filhos e respectivos pais, é porque os próprios pais não fizeram um bom trabalho...

Anónimo disse...

E um individuo que cometa "aqueles" erros e tenha o perfil que o Senhor criticou e referiu no texto (sendo esse individuo pai ou não), escreveria esse texto que o pérfido escreveu?? NÃO. Porque: pais ou não, esses indivíduos antes de pais - são filhos, sim - e membros da sociedade! Um membro da sociedade como o Senhor, criticando quem criticou, da forma que o fez, acha-se capaz de cometer os erros que desaprova? Penso que o melhor e mais importante está já em si. A consciência. Dada por si próprio a si mesmo, como filho, e a seu tempo, como observador consciente do que o rodeia, mas graças ao que adquiriu dos seus, enquanto se formou desde tenra idade. Nem todos têm essa sorte... infelizmente.

Mesmo que não seja engenheiro civil, pai ou qualquer outra coisa que exija experiência e formação profissional e pessoal, tem o essencial para que possa falar sobre o assunto e ser avaliado sobre a sua possível postura num dado campo. Tem a consciência e os seus ideais, que são correctos. Ou pelo menos mostram ser contrários a esses que dão origem aos comportamentos que criticou no seu texto.