2010-05-12

Escaravelhos do futuro

De mochilas às costas, agarrando sofregamente com as duas mãos e mexendo freneticamente os dedos, curvam-se para melhor observar os pequenos ecrãs.
Vistos de longe, parecem enormes escaravelhos, preparando-se para comer.
O futuro será dos insectos!...

2010-05-08

No gastar é que está o ganho?

Talvez, desde que não se esteja a hipotecar os ganhos vindouros. Sempre me fez confusão o gastar tudo o que se tem e ainda o que se irá ter, antes e o ter. Talvez por ser um leigo em matéria económica. Talvez por isso não tenha compreendido um artigo apresentado no Oje, o qual não consigo encontrar (milagre da procura cibernáutica versus leitura em formato analógico).
Escreveu-se que o investimento em tempo de crise é bom, independentemente da capacidade financeira. Que o EUA são grandes e poderosos graças a massivos investimentos para saírem das crises. Curiosamente nem uma palavra sobre as origens dessas mesmas crises...
Deu-se exemplos futebolísticos, como se o futebol se submetesse sempre à lógica económica, sublinhando o grande investimento do SLB e o pequeno investimento do SCP e correspondente reflexo no sucesso desportivo. Nem uma palavra sobre o pequeno investimento do SCB e o grande investimento do FCP. Aparentemente é o tamanho do orçamento que define a classificação final de um campeonato de futebol...
Concordo que os investimentos devem ser feitos, mas sempre com a ponderação sobre o futuro. Sobre como e quando o investimento trará retorno suficiente para cobrir o custo e ainda gerar lucro.
Talvez por isso não compreenda esta necessidade imperiosa de esbanjar dinheiro que não temos, nem poderemos vir a ter se continuarmos no mesmo caminho. Talvez por isso não compreenda que se atire dinheiro para cima dos problemas, esperando que estes desapareçam. Talvez por isso não compreenda que não há dinheiro que substitua a capacidade de organização e gestão.
Se o Estado gastar toda a riqueza do país e ainda houver quem lucre, muitos irão perder o pouco que lhes restar.
Será que ninguém sabe que nem todos os incêndios podem ser extintos atirando-lhes água para cima? E, ainda que a água o extinga, ela fará falta para matar a sede?...

Porcas asseadas

Hoje é o dia de eleição desses seres meio humanos. Tipicamente do sexo feminino, vão para as janelas e varandas sacudir o lixo que têm em casa. Numa espécie de passa a outro e não ao mesmo, sacodem tudo o que querem: tapetes, toalhas, panos, etc. Basicamente sacodem trapos, retirando de suas casa o lixo que não querem, oferecendo-o a quem passa na rua ou mora nas proximidades.
Atirando o lixo pela janela, julgam que este desaparece.
Fora da vista, fora do coração. Nem se apercebem que o algum do lixo que lhes entra em casa, vem da casa doutra porca asseada.