2013-01-28

Saúdo os saudáveis

Querer pôr-se saudável pode dar merda. Digo isto com toda a convicção que o saber de experiência feito nos pode dar. Um tipo prepara-se. Equipa-se. Veste uns calções pipis, uma sweat laroca e uns ténis tecnicamente capazes. Aquece vagamente (ou vagarosamente) e parte para uma corrida. À partida escorrega em algo, mas não cai. Corre ao ritmo que pode, ainda sem o odómetro (ou será pedómetro) preso a uma qualquer parte do corpo, o qual lhe poderá dar uma contagem dos kilometros percorridos e das kilocalorias gastas. Presumo que, após a instalação de pilha nova e encontrando algum manual, ainda tenha que calibrar a passada.
E o ritmo que pode, podendo não ser muito elevado, é forte para este tipo. Do tipo de ter dificuldades em manter o ritmo das pernas certo, com a respiração ofegante. Mas lá vai ele, certo de estar a cuidar da sua boa forma física. E, melhor que fica parado, é pôr-se a mexer. Acelera o coração e melhora a circulação. Desde que a malta não se ponha a chocar uns contra os outros.
Como é habitual em quem ainda não se habituou a este ritmo de treino, a corrida acaba rapidamente. O regresso faz-se a passo, ainda que acelerado, bem mais devagar que à partida. Pouco depois de entrar em casa, ainda a tentar recuperar o fôlego, sente-se um aroma diferente do perfume habitual da casa. Senta-se para se descalçar e observa o inevitável. A escorregadela inicial foi desmistificada. Há algo de terrivelmente mal cheiroso agarrado à sola do pé esquerdo. Isto é que foi uma entrada com o pé esquerdo.

2013-01-18

Erica vai às fontes

E não irá partir a cantarinha. Foi o que me lembrei a propósito do prémio que tão justamente Erica Fontes terá recebido pelo seu talento representativo. Prevendo tratar-se de um trabalho muito excitante, meti mão à obra e fui investigar.
Entre os trabalhos onde se viu metida e lhe vieram a meter, virei a destacar alguns. Obviamente isto obrigou-me a intensa pesquisa e a alguns momentos de visionamento duro.
No sítio BangBros aparece num episódio de Monsters of Cock, vestida (pouco mais tarde despida) de cor-de-rosa, com um colar onde se pode ler Barbie. Vê-se negra para conseguir engolir um trabalho daquele tamanho. Tem talento para dizer baby em português e para uns quantos esgares que simulam a dor de não conseguir engolir mais. Cavalga confiante a tarefa, mostrando que independentemente do seu tamanho, tem muita arrumação.
Em Culioneros mostra-se em Ready for Public Action, onde é filmada em vários actos em locais supostamente públicos. Numa das posições mostra tanto prazer que a camisinha parece mudar de cor. Destaque no, obviamente exíguo, guarda-roupa para as botas estilo esquimó, com uns pompons. No mesmo sítio, fez um episódio da série Take In the Ass Like That, onde não me parece que seja necessárias grandes explicações.

Em PornPros, com uns óculos em forma de um par de corações exibe orgulhosamente uma camisola verde, com Portugal escrito em vermelho, e explica que tudo o que fez pela primeira vez, foi com 14 anos (um ano muito preenchido, certamente). As pestanas postiças e as raízes pintadas de escuro dão-lhe um visual mais próximo de um hambúrguer do MacDonalds do que de um bitoque com ovo a cavalo (sim, porque também posso fazer uma crítica a tamanho trabalho artístico). É que Deep Throat Love não dá espaço para que muitas palavras lhe saiam da garganta, após o início da verdadeira acção. Ainda que a acção não se fique por ali e se venha por outros caminhos. Destaque para as cenas em pé: de levantar o público. E um final com um pedido muito especial na língua de Camões e mais uns quantos palavrões.
Em Brazzers, começa por ser uma sluty honey beaver, seja lá o que isso for, mas corre pelo bosque em biquini e acaba por ser uma teen que Likes It Big ou é chegado o tempo da época de acasalamento.
Em Eye Fucked Them All, entra numa acção com pouca história e muito molho dela e do colega com quem contracena. O peito parece maior que nas outras cenas, talvez revelando tratar-se de um trabalho mais recente.
Em FuckedHard18, o que começa como uma massagem, acaba como em todos os outros filmes, mas em cima de uma marquesa.
Nada do que referi aqui, aparece no seu sítio oficial, mostrando que apenas arranhei a superfície do seu trabalho.
Por este «pequeno» apanhado, podemos imaginar como tem sido produtiva a sua carreira, mostrando que os portugueses quando saem para fora, rendem tanto ou mais que os estrangeiros.

2013-01-02

Os mais (des)afortunados

Contrastando com o fatalismo que parece ser apanágio dos portugueses, reconheço um optimismo desproporcionado perante a adversidade. Basta atentar em qualquer observação sobre um acidente ou sobre uma doença grave onde alguém conhecido se vê envolvido (idem para situações menos graves).
Imaginem que alguém decide ir cortar lenha com uma rebarbadora. É obviamente uma má decisão utilizar uma ferramenta inadequada. E piora bastante, dado tratar-se de uma tarefa potencialmente perigosa. Colocada a ferramenta errada nas mãos erradas, os dados estão lançados.
Tudo corre mal quando o disco prende na madeira, fazendo saltar a máquina em funcionamento das mãos que a seguram, enterrando uma parte do disco num dos gémeos de uma das pernas. O sangue jorra e a capacidade motora fica dramaticamente diminuída. Estando o indivíduo num local mais ou menos ermo onde não consegue chamar por auxílio, resta-lhe arrastar-se até à estrada onde alguém que passa lhe acaba por acudir.
É fácil imaginar comentários do género: "ele ainda teve sorte por alguém ter passado" ou "felizmente não se feriu com mais gravidade" ou ainda "o disco da rebarbadora estava gasto. Se estivesse mais afiado cortava-lhe a perna".
E o que parecia não passar de aselhice, transformou-se apenas num azar. O qual nem sequer foi maior, por ter havido sorte à mistura. Um fado que, embora tristonho, tem uma reviravolta final animadora. E tudo acabou bem.
Imaginemos agora que, apesar do socorro, a perna ficou perdida. "Felizmente não morreu". "Perdeu a perna mas salvaram-lhe a vida".
E se tivesse morrido? "Esvair-se em sangue atenuou bastante as dores iniciais que deve ter sentido. No fim, nem terá sofrido muito"...