À primeira vista poderá parecer
ridículo, mas não acontecerá assim com tão pouca frequência como
se poderá pensar. Muitas vezes ficamos presos à imagem de um
objecto. Pelos olhos, ficamos presos, imaginando-a como perfeita.
Como perfeita imagem do objecto. Chegamos mesmo a confundir a imagem
com o próprio objecto. Envoltos nesta ilusão, nem imaginamos o
quanto o objecto pode diferir daquela imagem. Afinal a imagem
representa apenas uma face do objecto e não a sua totalidade. Para
isso temos que estar na sua presença. Curiosamente, ainda que na sua
presença, o objecto ilude-nos apresentando várias facetas.
Escapando à captura da sua totalidade, a qual por sua vez também
escapa ao próprio objecto.
Mais dramática que a incapacidade da
captura do objecto na sua totalidade, será quando na presença de
ambos, preferirmos a imagem. Ficarmos reféns daquela imagem de
perfeição que captámos, a qual não conseguimos actualizar em
conformidade com a totalidade do objecto. Como pode um objecto,
naturalmente imperfeito, suportar tamanha comparação com qualquer
imagem de perfeição que se possa ter dele?
2 comentários:
...com as pessoas acontece o mesmo: a imagem que nos prende e com que recordamos essa pessoa, por vezes é tão diferente da realidade...
Não achas que uma pessoa possa ser o objecto de uma imagem?
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